
A reportagem relata a opinião de um grupo de especialistas. A primeira foi uma professora da Universidade Católica de Louvain, em Bruxelas - que dirige um centro de catástrofes, ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela declarou que acredita que é falta vontade política e priorização da pauta "gestão das inundações" por parte das autoridades públicas brasileiras.
Os especialistas fizeram uma relação com um problema similar que também aconteceu no início desse ano na Austrália. A Austrália também sofreu com fortes inundações, porém a quantidade de mortes foi bem menor que a do Brasil, onde em toda Austrália morreu 28 pessoas. A comparação revela "uma grande lacuna na preparação dos países e das suas políticas de gestão de inundações". A última vez que a Austrália passou por uma chuva tão intensa foi em 1970, porém o Governo local investiu para evitar problemas futuros, diferente do Brasil.
"Em um país como o Brasil, que não é um país pobre, onde as competências tecnológicas e os recursos não são realmente um problema, um grande número de pessoas morrendo em inundações não é um bom sinal", disse Debarati. O Brasil carece, segundo ela, de "vontade política e de priorização, por parte das autoridades públicas, da questão da gestão das inundações".
Os leitores desse blog também sabem que o Brasil aparece na lista de um dos países mais corruptos do mundo, logo vemos para onde vão as verbas que deveriam prevenir acidentes e mortes. Sem contar que o próprio Brasil "investe" para construir casas em encostas, morros e favelas, por isso acontece essas coisas, já que sempre que alguém quer acabar com essas casas em locais impróprios - seja em favelas ou de classe alta - há muitos que são contra.
A reportagem traz uma entrevista com Margareta Wahlstrom, secretária-geral adjunto das Nações Unidas, especialista em Estratégia Internacional para Redução de Desastres. Ela lembrou que o Brasil é um país de dimensões continentais abençoado por não ser ameaçado por desastres naturais como, por exemplo, terremotos, tornados, furacões, nevascas e vulcões em erupção.
Ano passado 280 pessoas morreram em todo Estado do Rio de inundações e deslizamentos de terra no ano passado. Já em São Paulo o número chegou a no mínimo 75 mil. Também não podemos nos esquecer das 130 pessoas que morreram durante as fortes chuvas em Santa Catarina, em 2008.