Potencial Energético Fluminense


Rio é o estado que tem maior potencial para mudança para mercado livre



Esse é uma daquelas publicações polêmicas, principalmente para quem é de fora. Mas é certo que o Rio de Janeiro, há pelo menos 2.000 empresas de médio porte, principalmente do varejo, como shoppings, hotéis e supermercados, que poderiam comprar energia elétrica entre 25% e 26% mais barata do que o cobrado pelas distribuidoras locais (Light e Ampla). Essas empresas, que têm contratos com as concessionárias para a compra de 500 quilowatts (kW) até 3 mil kW por mês, poderiam sair do mercado cativo e ir para o mercado livre e escolher a geradora para comprar energia oriunda de fontes limpas, como Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), biomassa, eólica, solar.

Esta é uma das conclusões obtidas pelo Grupo Federal Energia. O estudo disse que o Estado do Rio ficou em primeiro lugar no ranking, com a maior atratividade para que os consumidores passem a usar energia limpa e renovável, com tarifas menores do que no mercado cativo. O ranking cobriu 98% do mercado cativo de energia do país.

— O lado positivo de ser o primeiro no ranking é que mostra a oportunidade de redução de custos das empresas fluminenses e o consequente ganho de competitividade. Mas, por outro lado, mostrou que os consumidores fluminenses estão submetidos a tarifas altas no mercado cativo quando comparado com o restante do país — explicou Azevedo.

Segundo o executivo, a ideia de criar o índice surgiu da necessidade da empresa de identificar as regiões com potenciais consumidores que poderiam trocar o mercado cativo pelo mercado livre. Para ele, o ranking se tornou um instrumento para que os consumidores conheçam as vantagens de escolher de quem compram a energia.

O foco do índice são empresas que podem se tornar “consumidores especiais” no mercado livre, isto é, consomem entre 500 kW e 3 mil kW por mês. Nessa categoria os clientes devem contratar apenas energias de fontes renováveis. O objetivo dessa obrigação é estimular o desenvolvimento das fontes limpas. Nessa faixa de consumo estão comércio e indústrias de médio porte. A outra categoria do mercado livre é para gasto acima de 3 mil kW, que abrange médias e grandes empresas e indústrias.
‘“O lado positivo de ser o primeiro no ranking é que mostra a oportunidade de redução de custos das empresas fluminenses”’
- Erick de AzevedoSócio-fundador do Grupo Federal Energia e coordenador do índice

Azevedo explicou que, tal qual o modelo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), da ONU, o índice da energia é calculado em um intervalo de zero (para a menor atratividade) e 1, para a maior atratividade. No primeiro semestre, o índice nacional atingiu 0,853. No ranking dos estados, o Rio lidera, com 0,972, seguido por Mato Grosso (0,952), Paraná (0,948), Santa Catarina (0,904) e Goiás (0,890).

Pelos cálculos do grupo, uma demanda contratada de 1 mil kW e consumo mensal de 110 mil kWh, já considerando todos os tributos e encargos, o custo da tarifa vendida pela Light por Megawatt/hora (MWh) é de R$ 913,46, enquanto que, no mercado livre, custaria R$ 687,90, ou 24,69% menos. Já a energia vendida a esses consumidores da Ampla no mercado cativo custa R$ 875,52 o MWh, enquanto que no mercado livre o custo é de R$ 649,95, 25,76 % menor. A diferença entre os valores praticados nesses casos no mercado livre se deve à diferença no que cada distribuidora cobra para permitir que a energia comprada nesse mercado seja entregue à empresa pela sua rede.

A Light explicou que suas tarifas são definidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo a companhia, no último reajuste, em 2015, o custo de compra de energia foi elevado, especialmente devido ao efeito da alta do dólar nas tarifas de Itaipu, que representa 17% da energia comprada pela Light. A distribuidora destacou, contudo, que neste ano houve redução das despesas com a compra de energia, que deverá ser incorporada no próximo reajuste. A Ampla não comentou.
O executivo do Grupo Federal Energia explicou que, no mercado livre, os contratos podem ser de curtíssimo prazo, de um mês, por exemplo, mas a maioria faz acordos de três a cinco anos com preços fixos das tarifas, sem se sujeitarem a reajustes anuais como no mercado cativo.

(Jornal O Globo)

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