Veja parte do legado das Olimpíadas 2016 no Rio de Janeiro
(Blog do Rafael Oliveira - 20 de Janeiro de 2017) Chegamos a 2017, fim oficial das atividades esportivas que colocam o Rio como centro da visão do mundo. Já falamos aqui, em janeiro, sobre o retorno financeiro que esses eventos trouxeram a cidade, além do aumento da confiança de investidores internacionais na cidade, mesmo em época de crise, continua a crescer a quantidade de empresas estrangeiras na cidade.
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Será que podemos ver legados no Rio? Vamos falar agora do legado deixado a cidade, ainda em pé.
O Parque Olímpico da Barra, coração dos jogos, foi construído com apoio da iniciativa privada e vai se tornar um parque público. Parte das estruturas também serão usadas pelos alunos da rede pública de ensino. O autódromo da Barra que estava abandonado, principalmente de apoio do Governo Federal, tornou-se esse espaço que valorizou a região de Jacarepaguá e Barra. Outros parques e vilas olímpicas ficarão como legado para cidade, como é o caso do futuro Parque Radical de Deodoro, que muda a realidade da região onde se encontra.
Arquitetos, urbanistas
e moradores veem como principal legado a requalificação das áreas e incentivo para
um novo tipo de ocupação, assim como uma transformação na mobilidade
urbana. Bairros que eram desvalorizados e até mesmo visto como "espaços feios" realmente se transformaram, principalmente por onde passa a Transcarioca. A transcarioca trouxe não apenas mudanças no transporte, mas alguns lugares por onde passou, contou com um boom imobiliário, aparecendo novos condomínios, centros comerciais, empresas, etc.
Falando em transcarioca, a mobilidade urbana da cidade se modernizou. Existe um projeto para que todos ônibus possuam ar-condicionados, os ônibus sucateados da cidade sumiram, foram criados duas linhas de BRT e a linha 4 do metrô saiu do papel depois de anos. Sabemos que os cariocas ainda reclamam da qualidade do serviço de transporte no Rio e que os BRTs não são mais a mesma coisa, mas com uma boa iniciativa da Prefeitura, as coisas podem decolar novamente. O VLT que também melhorou a mobilidade no Centro do Rio e ainda se tornou cartão postal da região.
"O início do futuro está plantado, está tudo aqui hoje. Os investimentos têm que continuar, não pode parar. Foi tudo colocado na mesa e próximos governantes, prefeitos têm que continuar. Então precisamos estar sempre plantando, investindo sem parar", diz Marcus Quintella, engenheiro de transportes da FGV.
Segundo o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, a economia carioca, no ponto de vista das pessoas, demorou a decolar após o anuncia da sede olímpica, mas uma vez embalado o crescimento não perdeu a força. Hoje, o Rio não é só uma das cidades mais ricas do mundo, mas é reconhecida por isso.
Os turistas estrangeiros das olimpíadas já se foram, mas muita coisa também vai ficar para a cidade.A zona portuária era um dos lugares mais degradados do Rio, ninguém queria andar por aqui. Hoje é o
Boulevard Olímpico, a zona portuária revitalizada, um espaço de lazer
democrático e gratuito.
Falando ainda em zona portuária. Temos o AquaRio, maior aquário marinho da América Latina, novo ponto cultural e lazer da cidade. O Museu de Arte do Rio que abriga a Escola do Olhar e conta com um grande acervo, como nomes como Aleijadinho, Tarsila
do Amaral e Tomie Ohtake. Destaque, também, para a exposição Meu Mundo
teu, do fotógrafo Alexandre Sequeira, em cartaz até julho de 2017.
A Placa "Rio_te amo" é um letreiro de dois metros de altura que segue a tendência mundial de painéis que valorizam as cidades, como os de Nova
York e Amsterdã. A brincadeira é personificar o "eu" quando o turista se
posiciona no centro da estrutura para declarar o amor ao Rio de
Janeiro.
O maior grafite do mundo também está nessa região, um painel de 2,5 mil metros quadrados,
assinado por Eduardo Kobra, que tem trabalhos
espalhados por mais de 20 países. A arte se chama Etnias e foi inspirada
nos aros olímpicos que representam os cinco continentes.
Os armazéns abandonados aos poucos estão se tornando em pontos que estão trazendo mais dinheiro para o Rio, principalmente em eventos que focam a cidade do Rio ainda como Maravilhosa. Confira a agenda completa
em portomaravilha.com.br/calendario. Nessa área também ainda há feiras de rua e food trucks que mudam a cara do Rio no fim de semana.
O Museu do Amanhã já faz parte oficial das grandes paixões arquitetônicas do carioca. Projetado
pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava.
Talvez a Prefeitura poderia ter feito mais pelo Rio, mas não há dúvidas que esses jogos mudaram a história do Rio e dos brasileiros. Imagine um Rio de Janeiro sem BRT, com ônibus sucateados e sem ar-condicionado, sem os investimentos de infraestrutura em Jacarepaguá e com a zona portuária caindo aos pedaços? Imagina um Rio que não tivesse sido vitrine para o mundo em plena época da crise econômica brasileira? Agora faz parte da nossa responsabilidade fazer que esse legado seja uma locomotiva, um trem-bala, de inovações para o Rio, principalmente com o lucro recebido desses jogos, e não mais um evento que ficou no passado.