Endereço fundado em 1872 volta às atividades cênicas com programação fechada até o fim do ano, incluindo espetáculos musicais e de dança
RESUMO
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Não foram poucos os desafios vividos pelo Teatro Municipal Carlos Gomes ao longo de seus 152 anos. Inaugurado em 1872 com o nome de Casino Franco-Brésilien e rebatizado em homenagem ao compositor de “O Guarani” no início do século XX (entre um e outro ainda teve o nome de Theatro Sant’Anna), o teatro localizado na Praça Tiradentes, no Centro do Rio, passou por poucas e boas, incluindo três incêndios, projetos para adaptação como cinema e ameaças de demolição. Após grande reforma nos últimos dois anos, o espaço estende hoje seu tapete vermelho e reabre suas portas com a 18ª edição do Prêmio APTR, premiação anual da Associação dos Produtores de Teatro.
Adquirido pela Prefeitura do Rio em 1988, o teatro recebeu mais de R$ 17 milhões em reformas, passando por uma restauração completa da fachada, recuperação dos salões e foyer, respeitando o estilo art déco que predomina desde a reconstrução após o incêndio de 1929, e pela modernização de toda estrutura técnica e cênica da casa.
Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes, em retoques finais para sua reinauguração; veja fotos
Na companhia da atriz Renata Sorrah, o prefeito Eduardo Paes e o secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero, apresentam hoje a placa de reinauguração do teatro. Foi nos palcos do Carlos Gomes que Sorrah apresentou montagens clássicas como a premiada “Krum” (2015), de Márcio Abreu, e “Noite de reis” (1997), adaptação de William Shakespeare.
— Sou apaixonada pelo Carlos Gomes, é um dos teatros mais bonitos da cidade. É um palco incrível. Toda vez que uma cidade investe em cultura, é um alívio — conta Sorrah. — Nós precisamos do teatro, do cinema, da música, da dança para contrabalançar todas as coisas difíceis que acontecem na sociedade.
Com ocupação para 650 espectadores, o teatro conta com palco de 15 metros de largura por 6,8 metros de altura em sua janela cênica (espaço visível da plateia). Palco este que já recebeu nomes como Grande Otelo, Eva Todor, Vicente Celestino, Fernanda Montenegro, Dulcina de Moraes e Procópio Ferreira, dentre outros ícones do teatro nacional.
— O Carlos Gomes é uma das mais importantes joias cariocas — celebra Eduardo Paes, prefeito do Rio.
Calero também comemora a volta às atividades de um dos mais tradicionais e charmosos teatros da cidade:
— O Carlos Gomes está mais preparado do que nunca para abrigar espetáculos de ponta, com total conforto e segurança para artistas, produtores e público.
Revitalização
Eduardo Barata, presidente da APTR, aponta o retorno do Carlos Gomes como uma possibilidade de revitalização da Praça Tiradentes, que perdeu muito com o fechamento de seus teatros (lá também é localizado o Teatro João Caetano, ainda em reforma).
— Um lugar nobre do Centro da cidade se tornou uma área insegura, virou uma tristeza, e a volta de um monumento histórico como o Carlos Gomes significa muito para a região em termos de movimento e revitalização.