Recentes acontecimentos no Chile resultaram em uma significativa crise política, marcada pelo processo de impeachment de três ministros do Supremo Tribunal: Ángela Vivanco, Jean Pierre Matus e Sergio Muñoz. A origem desse movimento está no escândalo conhecido como "Caso Áudios", que envolve gravações vazadas de conversas entre Vivanco e o advogado criminal Luis Hermosilla. Essas gravações sugerem que Vivanco tentou influenciar nomeações judiciais e compartilhou informações confidenciais, levantando sérias preocupações sobre a integridade do judiciário chileno​

As acusações contra Matus também destacam problemas de transparência e integridade, uma vez que ele inicialmente negou qualquer relação com Hermosilla, mas posteriormente admitiu ter trocado mensagens com o advogado. Essa admissão agravou a desconfiança em relação à sua imparcialidade como magistrado​
. Enquanto isso, Muñoz está sendo investigado por supostamente compartilhar informações privilegiadas sobre transações imobiliárias com sua filha, o que trouxe à tona mais questões éticas​

O processo de impeachment é regido pela legislação chilena, permitindo que a Câmara dos Deputados inicie um julgamento político contra altos funcionários. Se as acusações forem confirmadas, os ministros envolvidos podem ser destituídos de seus cargos e proibidos de exercer funções públicas por até cinco anos. Historicamente, desde a restauração da democracia em 1990, diversos oficiais judiciários enfrentaram acusações semelhantes, destacando as questões contínuas de corrupção e responsabilidade dentro do sistema judicial​


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O apoio ao impeachment ultrapassou as divisões partidárias, indicando um raro momento de união entre os legisladores na abordagem da corrupção. Essa situação reflete preocupações mais amplas sobre a credibilidade do sistema judiciário e a necessidade de reformas para garantir sua imparcialidade​